quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Professor denuncia clima de perseguição na UNIR


Em Rondônia, greve já dura mais de dois meses. Docentes e alunos se unem e pedem afastamento do reitor
Déficit de professores, técnicos e a falta de uma estrutura física adequada, que inclui até banheiros e limpeza, constituem as pautas que fizeram com que, em meados de setembro deste ano, professores e alunos da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) entrassem em greve.
A universidade está parada há 49 dias e o prédio da Reitoria está ocupado pelos estudantes há 28. O que já dura mais de dois meses parece não ter prazo para se encerrar. As negociações estão emperradas.
Um professor que não quis se identificar entrou em contato com a redação da UNE e explicou detalhadamente o ocorrido. “Em resposta à paralização, na época, a assessoria da universidade afirmou que tudo ia muito bem, obrigado. Aos poucos, o movimento dos alunos e professores se transformou em um fluxo para o afastamento da administração atual, por entender que havia uma série de denúncias – em licitações, obras, recursos, fundação de apoio e concursos públicos – que precisavam ser tiradas a limpo. Não queremos melhorias salariais, apenas boas condições de trabalho e estudo”, avaliou.
A Universidade Federal de Rondônia tem 29 anos e 7 campi. A gestão do reitor José Januário de Oliveira Amaral, para a maioria dos grevistas que querem o seu afastamento, é marcada pela falta de pragmatismo e conselhos submissos. Muitas vezes, os professores necessitam comprar os equipamentos básicos para dar aula, e até brigar com colegas para ter acesso a uma sala de aula para lecionar.

Faz mais de um mês que os professores da Unir vivem a base do medo. Desde a prisão do professor de história, Valdir Aparecido de Sousa, em 21 de outubro, por policiais federais à paisana, em cenas de truculência que circularam em um vídeo na internet, os professores grevistas evitam se expor. Sousa está solto, em liberdade provisória, mas precisa seguir uma série de determinações imposta pela Justiça, como, por exemplo, não se reunir com os grevistas.
Segundo os policiais, ele era suspeito de ter jogado uma bomba durante a confusão (até agora, sem provas nem acusação formal). “Naquela mesma noite o Prof. Valdir foi encaminhado a um presídio comum, chamado “Urso Panda”, onde passou a noite em uma cela. Ele estava apenas assistindo a uma assembleia de estudantes. Esta é, basicamente, a situação por aqui: agressão, medo, coerção e ameaças, fazendo uso da máquina pública e de agentes que deveriam proteger a população”, pontuou o professor.

As reivindicações básicas dos alunos e professores na UNIR são o mínimo necessário para facilitar um ambiente de estudo adequado.
Limpeza nos campi, contratação de professores e de técnico-administrativos, construção de laboratórios, construção de Restaurantes Universitários, Hospital Universitário, implantação do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), transparência nas ações administrativas e prestação de contas sobre os recursos repassados para os projetos especiais como Reuni e Finep.
A principal é o afastamento imediato do reitor.
Da Redação

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