quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Nota dos estudantes da USP


"Nós, estudantes da USP, que lutamos contra a polícia na universidade e pela retirada dos processos contra estudantes e trabalhadores, viemos por meio desta nota pública denunciar a ação da Tropa de Choque e da Polícia Militar na madrugada do dia 8 de novembro de 2011.

Em uma enorme demonstração de intransigência, em meio a um período de negociação e na calada da noite, a reitoria foi responsável pela ação da Tropa de Choque da Polícia Militar, que militarizaram a universidade num repressão sem precedentes em uma operação com quase 400 homens, com cavalaria, helicópteros, carros especializados e fechamento do portão 1.

Instaurou-se um clima de terror que lembrou os tempos mais sombrios da ditadura militar em nosso país. Resistimos e nos obrigaram a entrar em salas escuras. Agrediram estudantes. Filmaram e fotografaram nossos rostos. Homens com farda e sem identificação.

Levaram todas as mulheres para uma sala fechada, obrigando-as a sentar no chão e ficaram rodeadas por policiais homens com cacetetes na mão. Levaram uma das estudantes para uma sala ao lado, que gritou por cerca de 30 minutos, levando-nos ao desespero de ouvir gritos como nas torturas que ainda seguem impunes em nosso país.

Tudo isso demonstra o verdadeiro caráter e papel do convênio da USP e da Polícia Militar. A ditadura vive na USP. Tropa de Choque, Polícia Militar, perseguições a estudantes e trabalhadores, demissões de dirigentes sindicais, espionagem contra ativistas e militantes, repressão através de consultas psiquiátricas a moradores do Crusp (moradia estudantil da universidade).

Nós que estamos desde as 5h da manhã sob cárcere e controle dos policiais, chamamos todos a se manifestar contra a prisão de 73 estudantes e trabalhadores, que lutaram por meios legítimos por seus direitos. Responsabilizamos o reitor por toda a sua burocracia acadêmica e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, junto ao seu secretário de Segurança Pública, por toda a repressão desta madrugada. Reafirmamos nossa luta contra a PM dentro e fora da universidade, que reprime a população pobre e trabalhadores todos os dias.

Fora PM, revogação do convênio, retirada dos processos e liberdade aos presos políticos!”

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