O parlamento catalão foi ontem cercado por uma manifestação de jovens Indignados (a geração à rasca espanhola), o que obrigou 24 deputados e o presidente da Generalitat (governo da Catalunha), Artur Mas, a entrarem na câmara recorrendo a helicópteros. Outros legisladores chegaram em carrinhas da polícia. Os líderes do acampamento da Puerta del Sol e fundadores do Movimento 15-M condenaram a acção em Barcelona por considerarem inaceitável "qualquer pressão acima da lei".
Alguns dos manifestantes que passaram a noite junto ao parlamento catalão chamaram "traidores" aos outros que deixaram a praça e houve, segundo o "El País", quem referisse o facto de estarem a ser "manipulados".
A comissão de Acção e Respeito do Movimento 15-M mostrava ontem preocupação por as manifestações de protesto dos Indignados poderem estar a ser infiltrado por grupos violentos e recomendava medidas para impedir a generalização da violência: "Se a violência começar e a polícia, com ordens para não intervir, não responde, desde a Respeito vamos trabalhar para a evitar", lê-se no comunicado.
"Vaiar, insultar, atirar água ou tinta e, sobretudo, não deixar que os políticos façam o seu trabalho não é decididamente o nosso objectivo", sublinharam os líderes do movimento de jovens que contesta a política económica e social do actual governo que deixou o país com uma inflação superior a 21%.
Madrid Na capital espanhola, também houve distúrbios, tendo o coordenador-geral da Izquierda Unida, Cayo Lara, levado com a água de uma garrafa despejada por um grupo de manifestantes indignado com aquilo que consideravam o aproveitamento mediático do político a uma conquista que não era dele.
Mais de 500 pessoas convocadas pela Plataforma de Afectados por la Hipoteca cortaram ontem uma rua no bairro de Tetuán em Madrid e impediram o despejo de uma família libanesa cujo pai está no desemprego desde que encerrou a sua padaria devido à crise. Cayo Lara que estava presente, segundo ele, a título pessoal, comentava para os jornalistas presentes os acontecimentos quando começou a ser vaiado e insultado por uma parte dos manifestantes.
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