CARTA ABERTA À SOCIEDADE
Os professores da Faculdade de Tecnologias e Ciências – FTC, conscientes da importância da função que exercem, vêm perante a sociedade baiana esclarecer as causas do movimento grevista deflagrado no último dia 12/06/2013.
Há anos a FTC desrespeita os direitos trabalhistas, uma vez que não recolhe o FGTS, não paga as férias de forma correta e, nos últimos meses, passou a atrasar até mesmo o pagamento dos salários. A instituição chega ao cúmulo de manter professores como prestadores de serviços ao longo de vários meses sem providenciar a imediata anotação da Carteira de Trabalho e Previdência Social.
As condutas acima exemplificadas representam lesões aos direitos trabalhistas contidos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e na Constituição da República Federativa do Brasil e merecem reprimenda severa por parte dos órgãos públicos competentes, a exemplo do Ministério Público do Trabalho e da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego.
Por mais que a greve traga transtornos e prejuízos a toda a coletividade, é importante lembrar que os professores exigem tão somente o cumprimento dos seus direitos, na condição de trabalhadores honestos e responsáveis pela formação das novas gerações.
O embate empreendido pelos professores ultrapassa os interesses exclusivos desta categoria profissional, uma vez que a concessão de um tratamento digno aos docentes resulta na manutenção e melhoria da qualidade do ensino, benefício que se espraia por toda a coletividade.
É inadmissível que uma instituição de ensino do porte da FTC trate os seus professores desta maneira, negando-lhes os direitos básicos assegurados a qualquer trabalhador.
Os professores conclamam a todos os estudantes, pais, mães, trabalhadores e demais interessados na existência de uma educação de qualidade a manifestarem apóio a esta luta e a demonstrarem repúdio ao desrespeito aos direitos trabalhistas cometidos pela FTC.
Em agradecimento ao apoio da coletividade e, também, como forma de fomentar a reflexão, encerra-se esta carta com um poema de Eduardo Alves, "No caminho, com Maiakóvski":
"(...)
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
(...)"
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