domingo, 10 de junho de 2012

diretoria da une reforçam mobilizações em federais


Por uma reforma universitária mais democrática, estudantes convocam mobilizações para intensificar bandeiras da greve
Durante a noite de ontem, 31, a diretoria executiva da União Nacional dos Estudantes se reuniu na sede da entidade, em São Paulo, para debater encaminhamentos relativos ao importante momento que vive a educação e o país, com a iminência de aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE) e a greve dos docentes das instituições federais ganhando cada vez mais visibilidade e adesão.
Nesse cenário, o principal ponto debatido foi a participação estudantil na greve com a defesa de uma reforma universitária democrática e das bandeiras de luta do movimento estudantil . “É um momento histórico. Momento de levar essa pauta a todos os estudantes do Brasil. Aprovamos uma resolução também histórica, que reflete os anseios de muitas gerações na luta por uma educação pública e de qualidade, e que deve ser debatida e discutida em todas as salas de aula do país”, afirmou o presidente da entidade, Daniel Iliescu.
Além disso, foram definidos cinco encaminhamentos: a)  a ampla participação no 60° Conselho Nacional de Entidades Gerais (CONEG) da UNE; b) a constituição de um Comando Nacional de Luta Estudantil; c) a participação no ato dos professores e servidores do dia 5 de Junho, em Brasília, em defesa das greves e mobilizações das universidades federais; d) a manutenção do dia 11 de Junho como “Dia Nacional da Luta pela Educação de Qualidade”; e) as mobilizações no dia 12 e 13 de Junho pela aprovação de um PNE democrático que garanta 10% do PIB e 50% dos royalties do petroléo e do fundo social do Pré-sal para a educação.

Declarada no dia 17, a paralisação já chegou a 47 das 59 instituições federais de ensino superior do país. Além disso, há forte indicativo de que os servidores técnico-administrativos das instituições federais também iniciarão greve no próximo dia 11 de junho. A UNE entende que a causa levantada pelos docentes e funcionários técnico-administrativos é justa e fundamental para a construção de uma educação pública e de qualidade e por isso apoia a greve.
Dessa forma, além da principal bandeira nacional do movimento estudantil, a destinação de 10% do PIB e 50% do fundo social e dos Royalties do Pré-sal para educação, foram definidos outros três pontos prioritários de reivindicação dos estudantes. Em primeiro lugar, a triplicação das verbas que o governo, por meio do PNAES, destina à assistência estudantil. Atualmente são investidos anualmente R$ 500 milhões, a UNE entende que garantir a permanência dos estudantes nas universidades é fundamental e por isso propõe um reajuste que aumente a verba para R$ 1,5 bilhões.
Além disso, a entidade entende que é, também, urgente a contratação de mais professores e servidores técnico-administrativos para cada instituição, bem como a implantação de um plano emergencial para conclusão das obras de infraestrutura que estão paradas nas universidades. Por fim, para obter uma gestão democrática, a pauta inclui a paridade nas eleições das reitorias e órgãos de decisão da universidade, garantida por lei.
 “A reunião possibilitou um espaço amplo e democrático de debate sobre as mobilizações nas federais, que no nosso ponto de vista são históricas e uma grande oportunidade para garantir fundamentais conquistas para os estudantes”, avaliou a diretora de Comunicação da UNE, Virgínia Barros.

O principal ponto de discussão foi a greve dos professores das universidades federais, mas outros três importantes pontos foram também colocados em pauta. O diretor da UNE e secretário-executivo da OCLAE, Matheus Fiorentini, apresentou a agenda da entidade durante a Rio+20.
Também pauta da reunião foi discutido o 60º CONEG da UNE, que acontecerá no mesmo período da conferência, entre os dias 15 a 17, no Rio de Janeiro, e cujo principal objetivo será a mobilização e o diálogo sobre a greve nas federais.
Por fim, a diretora de cultura da UNE, Maria das Neves, apresentou a proposta, posteriormente aprovada, do tema e local da 8ª Bienal da UNE, que acontecerá em janeiro de 2013 em Recife e Olinda e trará como tema a história e a cultura do povo sertanejo e a comemoração do 100º aniversário de Luiz Gonzaga, grande homenageado do festival.
Camila Hungria
Fotos: Micael Hocherman

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