Estudantes entregaram pauta cobrando 10% do PIB e 50% do Pré-sal para a educação
Na tarde da última quarta-feira (dia 31 de agosto), em Brasília, após terem realizado uma das maiores marchas dos últimos anos, reunindo cerca de 12 mil estudantes nas ruas de Brasília, representantes da diretoria executiva da UNE, UBES e ANPG, foram recebidos pela presidenta Dilma Rousseff para apresentar uma pauta com as suas principais reivindicações.
Também participaram do encontro, no Palácio do Planalto, o ministro da Educação, Fernando Haddad, o ministro da Secretária-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho e a Secretária Nacional de Juventude, Severine Macedo. A pauta entregue à presidenta continha 43 itens de reivindicação, entre eles a destinação de 10% do PIB e 50% do fundo social do Pré-sal para educação.
Em sua fala, o presidente da UNE, Daniel Iliescu, aproveitou para destacar alguns pontos da pauta: a destinação de 10% do PIB e 50% do fundo social do Pré-sal para educação, verbas para finalizar as obras do REUNI (programa do governo para ampliar os campus e estruturas das universidades federais do país) e a transformação das bolsas parcias em integrais do Programa Universidader para Todos (ProUni), além da criação de bolsas permanentes de assistência estudantil para os prounistas.
“Achamos que o governo tem que ousar mais, e nesse momento acreditamos que é possível chegar a uma solução comum e atingir os 10% do PIB para educação. Não podemos cair no erro de distribuir as riquezas do Brasil de forma errônea novamente. Queria pedir a sensibilidade da presidenta para essa pauta dos estudantes”, disse Daniel.
De acordo com Daniel, durante o encontro a presidenta afirmou que o governo está aberto ao diálogo, mas não se comprometeu com a concessão de nenhum dos itens. “Hoje, foi o dia em que apresentamos a pauta ao governo federal e a presidenta não se posicionou com firmeza na defesa ou negação de nenhum dos itens, mas temos a expectativa de que essa pauta seja bem recebida pelo governo”, completou o presidente da UNE.
O encontro foi bastante amigável, os estudantes até brincaram com a presidenta convidando-a a um mergulho no espelho d’água do Congresso Nacional. Sobre a proposta, a presidenta respondeu com bom humor: “Seria um momento áureo”.
Dilma disse ainda que o ministros Fernando Haddad e Gilberto Carvalho seriam os seus interlocutores com as entidades estudantis. “Nosso encontro foi rápido e não tivemos tempo para debater, e eu gosto de debater”, falou a presidente. “Mas os ministros e a secretária de juventude estão aqui para que possamos estudar essa pauta que vocês me apresentaram e depois marcarmos um novo encontro”, disse.
Crítica à política econômica
As entidades estudantis cobram também o fim do analfabetismo até 2016, o reajuste imediato nos valores das bolsas para pós-graduação e a ampliação dos Institutos federais e a aprovação do estatuto da juventude. A carta ressalta o momento de desenvolvimento vivido pelo país e critica duramente a manutenção da politica econômica.
“O caminho que tem sido escolhido no campo macroeconômico não colabora com esse horizonte de desenvolvimento e continua a seguir o manual de uma política que mantém as mais altas taxas de juros de mundo”, diz trecho do documento. “Não se pode pensar em investimento ousado em setores estratégicos de nossa sociedade e de nossa economia com a política de superávit primário praticadas atualmente. A educação e outras áreas estratégicas não devem estar subjugadas à ortoxia de decisão do Banco Central, impedindo o desenvolvimento”, completa o texto.
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