Estudantes fecharam jornada de lutas da UNE com reivindicação por 10% do PIB e 50% do Fundo Social do Pré-sal
Estudantes fecharam jornada de lutas da UNE com reivindicação por 10% do PIB e 50% do Fundo Social do Pré-sal para educação. Líder estudantil chilena Camila Vallejo e lideranças do movimento estudantil argentino participaram da manifestação.
Na manhã da última quarta-feira (dia 31 de agosto) as ruas de Brasília foram tomadas por 12 mil estudantes do Brasil todo em uma manifestação histórica, considerada uma das maiores dos últimos anos. A líder estudantil chilena presidente da Federação de Estudantes da Universidade do Chile (FECh), Camila Vallejo e representantes do movimento estudantil chileno participaram, assim como lideranças do movimento estudantil brasileiro e dos movimentos sociais.
Os estudantes coloriram os concretos de Brasília reivindicaram a destinação de 10% do PIB e 50% do fundo social do Pré-sal para educação e lançaram a Jornada Continental de lutas da juventude latino americana.
A concentração começou por volta das 9h da manhã, em frente ao Banco Central . “Bom dia estudantada! Não vamos descansar enquanto a educação de qualidade não for uma realidade no país!”, saudou o presidente da UNE, Daniel Iliescu, convocando para a grande Marcha dos Estudantes.
Antes de iniciarem a passeata, os estudantes fizeram um ato simbólico contra a alta dos juros e Daniel e Camila lavaram com água e sabão a rampa da entrada do prédio da instituição. O senador Inácio Arruda esteve presente e demonstrou o seu apoio: “Estamos aqui lutando para que o BC baixe essa taxa imoral de juros”, afirmou.
“Como podemos pensar em aumentar os juros e não aumentar os investimentos em educação? Vamos limpar essa sujeira. Hoje estamos aqui por 10% do PIB para educação. Se isso ainda não acontece, o nosso lugar é aqui, nas ruas!”, disse a Vice presidente da UNE, Clarissa Cunha.
“Chile amigo, Brasil está contigo”
Homenageando a força e a presença feminina na luta política por melhorias na educação, a manifestação contou com a liderança estudantil Camila Vallejo, que há cerca de quatro meses é foco dos holofotes da imprensa mundial e da sociedade chilena por conta da grande mobilização que têm feito em seu país contra a mercantilização da educação. “Quando a América Latina se une, nós ganhamos muita força. Por isso estou aqui, para apoiar a luta de todos os estudantes do continente”.No último dia 26 de agosto, o presidente da UNE, Daniel Iliescu, esteve no Chile para apoiar a luta dos estudantes chilenos e demonstrar e o apoio incondicional da UNE à sua causa. Na mesma data, dia 26, um estudante de 16 anos foi morto pela polícia durante um protesto em Santiago.
A vinda de Camila ao Brasil ressalta esse apoio. Durante o dia, a militante foi recebida pela deputada Manuela D´Ávila em uma audiência na Comissão de Direitos Humanos, onde denunciou a repressão do governo de seu país e participou de uma audiência com o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, que se comprometeu em criar uma comissão externa de parlamentares brasileiros para acompanhar a situação no Chile.
lavam a alma
Por cerca de duas horas, os estudantes marcharam com vigor e coloriram as ruas de Brasília, rumo ao cartão postal da cidade, a Esplanada dos Ministérios, onde parlamentares discursaram apoiando a luta dos estudantes e as mobilizações que aconteceram em todo o país durante o Mês de agosto, apelidado pelos estudantes de Agosto Verde e Amarelo. “O Brasil tem que ser verde e amarelo para que a juventude seja livre, com vagas nas universidades públicas e com bons salários para os professores. Vocês sabem que educação liberta o povo e é o principal direito da juventude”, bradou a deputada Manuela D´Ávila.Lideranças do MST, a ANPG, a UBES, UMES, CNTE, Força Sindical, assim como outros parlamentares também estiveram presentes apoiando a manifestação e a luta dos estudantes. O presidente do Conselho Nacional de Juventude, Gabriel Medina, reafirmou seu compromisso em brigar por um PNE justo e de apoiar as bandeiras de luta da UNE. A Senadora Vanessa Grazziotin finalizou os discursos da manifestação declarando apoio à luta por 50% do fundo social do Pré-sal e 10% do PIB para educação. “A juventude faz a história de uma nação. Vamos à luta! Essa luta é nossa!”.
A comemoração aconteceu com um mergulho no Espelho no d´água do Congresso Nacional. O dia foi coroado no final da tarde, quando o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central anunciou o corte de 0,5 ponto percentual na taxa Selic e os estudantes brasileiros luderam lavar a alma somente.
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