quinta-feira, 28 de julho de 2011

Por igualdade no trabalho e na vida

Por igualdade no trabalho e na vida

Fonte: MMM
Algo que sempre me chamou a atenção e me causou revolta foi a diferença salarial entre homens e mulheres. Não sabendo quase nada sobre o assunto "googlei" rapidamente e o que encontrei foi espantoso.
Num estudo realizado pela Confederação Sindical Nacional, mostrou-se que o Brasil é o país que MAIS TEM diferença salarial entre gêneros, sendo ela de 34%. Contra outros 20 países pesquisados com 22% (o que, ao meu ver, já é absurdo).
Das explicações mais citadas nos textos que li, a disponibilidade de tempo foi a que mais se destacou. Ou seja, empresas se sentem RECEOSAS de contratarem mulheres que tenham filhos pequenos.
Até onde eu sei, o período em que os homens traziam a comida e as mulheres vigiavam os filhos já foi ultrapassado a MUITO TEMPO. Pais com filhos pequenos, então, não tem a mesma responsabilidade que a mãe? Ele tem horas disponíveis e a mulher não, porque tem que estar com as crianças?
Fala-se também que a mulher tem jornada dupla, que ela recebe menos por seu PAPEL NA SOCIEDADE. Certo, seu papel é trabalhar bem, chegar em casa, cuidar dos filhos e deixar tudo limpinho e pronto para esperar que seu marido volte do trabalho. O homem, supostamente, paga as contas e por isso se vê livre de qualquer outra obrigação.
De acordo com dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE, “em 2005, 91% das mulheres brasileiras exerciam tarefas domésticas contra 51% dos homens que realizavam esse mesmo tipo de atividade”.
Esses dados mostram uma desigualdade de gênero ainda bem grande no exercício das atividades domésticas, pois as mulheres gastam em media 25,2 horas semanais nessas atividades enquanto os homens gastam, somente, 9,8 horas. Devendo-se considerar que o padrão sócio-econômico das famílias brasileiras mudou e está cada vez mais aumentando o número de mulheres no mercado de trabalho.
A média de horas gastas em atividades domésticas apresenta uma divergência sem motivo de ser, já que estamos numa sociedade que se diz tão evoluída e prega o direito à igualdade. É portando, dever não só da mulher como do homem cuidar da casa, como dos filhos, que a muito se sabe não são produzidos só pelas mulheres. Também espero que a ideia da mulher como mera reprodutora na cadeia da vida já esteja ultrapassada. A maternidade é um direito e não uma obrigação. Assim como para os homens é aceitável dedicar-se à vida profissional, mulheres não são diferentes, podendo sentir-se realizadas em seu emprego e sua independência, não precisando obrigatoriamente casar-se e ter filhos. Essa visão das obrigações do homem e da mulher e os objetivos que cada gênero tem na vida deve ser equivalente, cabendo à pessoa escolher o rumo que deseja, sem a interferência ou o risco de ficar "mal-falada" na sociedade.
Já se foi o tempo, décadas atrás, quando a mulher precisava da autorização masculina (do pai ou do marido) para estudar e/ou trabalhar. Hoje, existem mais mulheres do que homens no Brasil com graduação e pós-graduação (de acordo com pesquisa de Catho Online)"Em 2006 a maioria nas universidades era de população feminina, e representava 56,1% da população com mais de 12 anos de estudo (IBGE, 2006)". Provando, então, que esse não é um ambiente masculino e que as mulheres tem a mesma capacidade intelectual e, quando entram em "territórios masculinos", se destacam e sobressaem, ameaçando a visão patriarcalista tradicional, assustando o sexo masculino que não aceita que mulheres, supostamente mais frágeis e ingênuas, invadam sua universidade, seu mercado de trabalho e concorra, merecidamente, ao mesmo cargo, ganhando o mesmo salário.

Temos mulheres melhores preparadas no mercado e prontas para assumir cargos de alto nível em grandes negócios e mesmo assim o "papel feminino na sociedade" é levado em conta.
Conforme pesquisa realizada pelo IBGE, na população ativa, com mais de 12 anos de estudo, a distribuição continua desfavorecendo as mulheres. Entre os homens ocupados, 15,8% compõem as indústrias, 15,6% no comércio e reparação, 22,3% em outras atividades, e apenas 16,8% em educação, saúde e serviços sociais. As mulheres com esse mesmo nível de escolaridade, 44,9%, quase a metade ocupam os setores de educação, saúde e serviços sociais. Ocupam em grande parte o setor de serviços, sendo esse, área que pode ser considerada extensão das atribuições familiares e domésticas.
Mostrando que não é falta de competência das mulheres, os dados não mentem: existem mais mulheres estudando e capacitadas do que homens na mesma situação. Mesmo assim, elas não recebem as mesmas oportunidades, muitas vezes ficando restritas a conseguir empregos que pagam menos ou subempregos que não são diferentes de seus trabalhos no lar.
As mulheres lutam por seus direitos a anos. Ganhamos voz, independência e direito de escolha. Igualdade do mercado de trabalho é mais um direito e um dever do Estado que deve ser conquistado.

Ainda há muito a ser feito, e não devemos parar de lutar até que a discriminação por gênero acabe!

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Esse é mais um texto produzido pelos(as) alunos(as) da disciplina de Comunicação Comunitária da Faculdade de Comunicação Social - UFJF: Talita Lucarelli, Fabrício Delamare, Carina Scaldini, Franciane Tavares, Helena Laget e Gustavo Mendes. O grupo é responsável por assessorar o Coletivo Feminista Maria Maria neste 2º semestre de 2010.

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